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Parnaíba, São Paulo, Brazil
Criei um espaço para brincar com o Cordel e a familia.

domingo, 25 de abril de 2010

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Pedaços de Poesia

não sei
o que é feito
do que sinto
na ausência dela. Fernando Pessoa
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Dos nossos planos é que tenho mais saudade
Quando olhávamos juntos
Na mesma direção
Aonde está você agora
Alem de aqui dentro de mim...

...Vai ser difícil sem você
...
Existe algo que diz
Que a vida continua
E se entregar é uma bobagem...

Já que você não está aqui
O que posso fazer
É cuidar de mim
Quero ser feliz ao menos,
Lembra que o plano
Era ficarmos bem... Renato Russo (Vento no Litoral)

quinta-feira, 22 de abril de 2010

BLUE EYES


CANTEIROS
de Fagner inspirados em Cecília Meireles

Quando penso em você,
fecho os olhos de saudade
Tenho tido muita coisa,
menos a felicidade.

Correm os meus dedos longos,
em versos tristes que invento
Nem aquilo a que me entrego
já me traz contentamento.

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Foi o que me veio na mente
com a proximidade do mes de Maio.
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sexta-feira, 9 de abril de 2010

CORDERELA - oficina de cordel


Imagem gentilmente cedida por
Renan T. Duarte
Corderela
(Cordel da Cinderela)

Num país muito distante
Num lugar interessante
Ocorreu algo brilhante
A história da Cinderela
Que vivia com a parentela.
Maltratada e oprimida
Pela madrasta bandida
E as duas filhas dela.

Os bichinhos da redondeza
Seus amigos com certeza
Admiravam sua beleza.
Eles sorriam animados
Com os convites espalhados
“Baile no Palácio Real!”
O príncipe noiva afinal!
Todos foram convidados.

Correria naquela mansão
Casar era a solução
Com o príncipe bonitão!
Chegou a hora da festa
Chorar é o que lhe resta
Pois não teria a chance
De viver algum romance
Não com uma roupa desta.

Atendendo o seu pedido
A fada tinha aparecido
Que deslumbrante vestido!
Com os bichos feito gente
A magia era envolvente
Uma carruagem fenomenal
O sapatinho de cristal
Numa imagem comovente!

Cinderela estava feliz.
Foi tudo que sempre quis
Mas a madrinha lhe diz
À meia noite se romperá
O encanto acabará
Venha para casa correndo
Mesmo que esteja chovendo
A realidade voltará.

O baile foi maravilhoso
Ela e o príncipe famoso
Juntos dançaram gostoso.
Ao soar as doze badaladas
Cinderela desceu as escadas
Mas deixou pelo caminho
O pé do sapatinho
Dificultando suas passadas.

E sumiu na escuridão
Para sua triste solidão
De um quarto do porão
Os bichinhos impotentes
Agora não mais sorridentes
Defendiam-na da tirana
Atitude quase humana
Eram mesmo resistentes.

Sem do rosto se lembrar
Querendo com ela casar
O príncipe foi procurar
A dona daquele objeto
E fez o que achou correto
Casou com a borralheira
Fez dela companheira
A dona do seu afeto! Fim.

Rúbia do Espírito Santo
São Paulo, Março de 2010
Inspirado na história da
Cinderela.



ESPELHO, ESPELHO MEU - oficina de cordel






Espelho, Espelho Meu

Todo dia a ladainha
Espelho, espelho meu
Existe alguém na terra
Mais bela do que eu?
A madrasta perguntava
O espelho confirmava
-És a mais bela respondeu.

Todo dia a ladainha
O espelho era taxativo
Não há ninguém mais bela
Dizia como incentivo.
E o tempo foi passando
Branca de Neve se transformando
No mais belo ser vivo!

Todo dia a ladainha
O espelho enfim confessou
Branca de Neve emergiu
Sua beleza aflorou
Ela é uma formosura
Jovem cheia de candura
Da rainha ela ganhou.

Parou com a ladainha
E foi logo arquitetar
Um plano maquiavélico
Para o caçador executar
Arrancar o coração
Da princesa sem ação
E sem pena lhe matar.

Sem coragem o caçador
Não matou a donzela
Deixou-a lá na floresta
Entregue à sorte dela.
Conheceu os sete anões
Cativou seus corações
Adoraram viver com ela.

Quando voltou a ladainha
O espelho admitiu
Branca de Neve sobreviveu
Sua beleza ressurgiu
Está mais linda agora
Do que sempre foi outrora
A madrasta quase caiu.

O ódio tomou conta
Da rainha feiticeira
Preparou uma maçã
Com veneno de primeira
Vestiu-se de velhinha
Enganando a princesinha
Que caiu lá na soleira.

Mestre, Dunga e Zangado
Encontraram a princesa
Atchim, Dengoso e Soneca
A colocaram na mesa
O Feliz estava triste
Por ver que a morte existe
De verdade, com certeza.

Mas é um conto de fadas
E o príncipe é encantado
Aparece assim de repente
Vindo não sei de que lado
Beija a moça com amor
Que desperta do seu torpor
E sorri pro seu amado! Fim

Rúbia do Espírito Santo
São Paulo, Março de 2010
Inspirado na história da
Branca de Neve.

O PÉ DE FEIJÃO DO JOÃO - Oficina de Cordel




O Pé de Feijão do João

Vou contar como o João
Foi aprontar lá no céu
Desobedeceu à sua mãe
Num verdadeiro escarcéu
De suas loucas aventuras
Ainda ganhou um troféu.

Tudo começou no dia
Que foi na feira vender
A vaquinha da família.
Não tinham o que comer
Trocou-a por cinco feijões
Que mágicos diziam ser.

Triste a pobre viúva
Jogou os grãos pela janela
E foi dormir com fome
Nem assistiu à novela
O filho também adormeceu
Depois daquela esparrela.

De noite os grãos germinaram
Nasceu um pé de feijão
Enorme lá no quintal
Surpreso ficou João
E foi logo escalando
Com muita determinação.

Subiu no alto das nuvens
E avistou um castelo
Lá morava um gigante e
A dama de jeito singelo
Mas assava uma criança
Como se fosse um vitelo.

A senhora escondeu João
Atrás dum sofá de couro
Ele reparou na galinha
Pondo os ovos de ouro
Quando o grandão dormiu
Roubou o seu tesouro.

Mas achou pouco o ouro
E foi pegar a galinha
Avistou também a harpa
Harmoniosa e douradinha
Quando dormiu o titã
Arrebatou a gracinha.

Como ela era encantada
Começou logo a gritar
- Estão me levando embora!
-Meu patrão vem me salvar!
João mais que depressa
Fugiu daquele lugar.

Desceu pelo pé de feijão
O gigante desceu também
O garoto foi mais rápido
Não seria mais refém
Cortou o pé na raiz
Mandou o titã pro além.

Com a mãe ao seu lado
Sem nenhuma cicatriz
João de tesouro roubado
Ele agora era feliz.
Diz o conto que o ouro
Era do pai do petiz.

Se for verdade melhor
O conto termina zem.
Não tem graça nenhuma
Ser feliz furtando alguém
Tirando a vida alheia
E depois se dando bem. Fim

Rúbia do Espírito Santo
21 de Março de 2010
(João e o Pé de Feijão).